O desenvolvimento de cada sistema corporal a partir da fecundação até a maturidade é gerenciado por inúmeros processos, tanto positivos quanto negativos. No recém-nascido, no bebê, na criança e assim até a maturidade o desenvolvimento de cada componente da homeostasia contribui para a formação do que a Osteopatia chama de modelos fisiológicos: interações somatoviscerais, influência postural ou biomecânica, sistema neuro-imuno-endócrino, sistema cardiorrespiratório e modelo bioenergético (Carreiro, 2009). Desta forma, é tarefa do Fisioterapeuta Osteopata o reconhecimento de como cada mecanismo/sistema influencia e é influenciado pelos outros. E na criança isso se torna mais complexo ainda. Pequenas alterações como aumento de densidade numa sutura que gera compressão ou uma sobreposição de dois ossos no crânio do recém-nascido, quando não adequadamente reconhecidos e tratados, poderão tornar-se no futuro patologias de gravidade elevada e perda sistemática de qualidade de vida e das funções orgânicas do corpo.
Desta forma, podemos questionar: o que o Osteopata trata na criança? A resposta inclui muitos tipos de disfunções, tais como: problemas de alimentação, dificuldades digestivas como a cólica que prejudica o sono, faz o bebê chorar excessivamente. Ele se tornará extremamente irritado e terá seu desenvolvimento prejudicado por não atingir a fase profunda do sono. A medida que a criança se desenvolve, os problemas digestivos tendem a ceder, mas as alterações no sono podem permanecer por anos e chegar a alterar o comportamento da criança. Ela não consegue relaxar, está sempre em movimento (hiperatividade), tem dificuldade de concentração, dificuldade de aprendizagem, baixa imunidade (que predispõem a infecções na orelha, na garganta e nos pulmões), problemas hormonais, cefaleia infantil (depois dos 7 anos de idade resultante de compressão do momento de nascimento), entre outras alterações.
A intervenção osteopática pode ajudar bebês jovens a recuperarem seu ritmo normal de desenvolvimento, devolvendo a integridade das relações entre os diferentes sistemas (componentes) do organismo, já que o Osteopata analisa e trata não apenas os sintomas, mas tem por objetivo tratar qualquer alteração estrutural do corpo como unidade. Para cuidar de crianças e bebês, o Osteopata deve ter em mente que o que ocorre durante os 12 primeiros meses de vida, não tem paralelo no esquema de desenvolvimento humano. Desenvolvimento fetal e embriologia, o processo do nascimento, bem como a apresentação do bebê, as características que dão resiliência ao bebê e permitem que ele ultrapasse cada etapa do desenvolvimento inicial e como a criança percebe o mundo ao seu redor, são áreas do conhecimento que devem fazer parte do estudo para cuidar de uma criança. Outro aspecto fundamental nesta empreitada de cuidar de bebês é a própria dinâmica da família: bebês e crianças conectados de forma íntima do ponto de vista emocional, particularmente com a mãe, condicionam, assim, algo que precisa ser levado em consideração (Moeckel e Mitha, 2008).
De maneira geral, as crianças respondem rapidamente ao tratamento osteopático, isso se deve ao fato que as disfunções não são antigas como as que o adulto apresenta. Nunca é tarde para tratar uma disfunção, mesmo que a gênese dela tenha ocorrido num trauma do parto, mas quanto mais precoce for a intervenção, melhor!
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