Existem alguns distintos casos de otites, sendo a otite média uma das mais frequentes. É uma inflamação serosa ou purulenta na orelha média, geralmente dolorosa. É muito frequente que crianças com menos de 10 anos de idade apresentem esse problema, especialmente entre os 3 aos 6 anos de vida.
É um processo inflamatório localizado na orelha média sendo geralmente consequência de infecção nasofaríngea que é transmitida ao longo da tuba auditiva. Pode estar associada ao refluxo gastroesofágico, pois o suco gástrico é nocivo á mucosa respiratória e auditiva.
Pode ter duração de dias, semanas ou até mesmo meses. Os sintomas normalmente incluem dor de ouvido, febre e perda auditiva. É uma das doenças mais comuns da infância
A tuba auditiva é dividida em uma zona óssea em seu terço posterior e outra zona cartilaginosa em seus dois terços anteriores. A porção óssea da tuba auditiva se localiza totalmente dentro da porção petrosa do osso temporal e é continuo com a parede anterior da porção superior do ouvido médio. A porção óssea saudável deve estar sempre aberta em contraste à porção cartilaginosa que somente se abre durante a deglutição e a manobra de Valsalva.
A porção cartilaginosa da tuba é conectada à base do crânio e se encaixa em um sulco entre a asa maior do osso esfenoide e a porção petrosa do osso temporal. Sugere-se que as restrições de mobilidade desses dois ossos possam afetar funcionalmente a ventilação do ouvido médio.. Nos adultos a tuba auditiva se localiza a 45 graus em relação ao plano horizontal e na criança esse ângulo é de apenas 10 graus. Esse é um dos fatores que explica a frequência aumentada da doença em crianças.
A tuba auditiva da criança mede cerca de 18 mm de comprimento e no adulto tem o dobro. Na criança a porção petrosa é mais longa e de maior diâmetro comparada a do adulto, proporcionalmente ao tamanho da tuba auditiva. Dessa forma, as secreções da nasofaringe tem mais facilidade de refluírem para a tuba.
A inspeção do Osteopata deve iniciar verificando o padrão respiratório do paciente que geralmente é oral nos casos de otite. Também observar a proporção do tamanho dos ossos do crânio facial em relação à calota craniana. As restrições nos ossos da face podem dificultar a ventilação das cavidades cranianas. As articulações entre as porções petrosas dos ossos temporais e a porção basilar do osso occipital e o osso esfenoide devem ser levadas em consideração nesta patologia devido à possibilidade de alteração de tônus dos músculos tensor e elevador do véu palatino e também à restrição da drenagem venosa local.
A drenagem venosa das tubas auditivas ocorre através do plexo pterigoide que fica localizado entre os músculos temporal, pterigoide lateral e medial, drenando o sangue para a veia jugular externa. Disfunções mandibulares que possam repercutir sobre o tônus dos pterigoides podem afetar negativamente a drenagem das tubas.
A tuba auditiva fica situada entre a porção petrosa do temporal e a asa maior do esfenoide. É sugerido que as restrições de mobilidade desses ossos possam influenciar a ventilação do ouvido. É imprescindível manter a mobilidade da região craniofacial nos primeiros anos de vida para tratar ou prevenir esse tipo de problema.
O sistema linfático e o sistema circulatório de baixa pressão participam da remoção dos fluidos serosos da orelha média. A drenagem linfática da orelha média passa posteriormente aos tecidos faríngeos e pela fascia cervical pré-vertebral. Dessa forma é necessário não somente buscar estabelecer a boa dinâmica óssea e sutural na zona da orelha média, mas também é necessário amenizar qualquer tipo de tensão anormal na região cervical anterior (especialmente a fascia pré-vetebral) e na região do diafragma escapular. Técnicas que objetivam drenar os seios paranasais e desobstruir o crânio também são indicadas para complementar o tratamento Osteopático das otites.
Estimular o timo e melhorar a drenagem linfática é importante nesse tipo de tratameto.
O prognóstico é que geralmente 2 a 4 atendimentos Osteopáticos possam normalizar a fisiologia da orelha média. Caso isso não ocorra, a possibilidade de patologia alérgica deve ser considerada. No tratamento conjunto do sistema imunológico, é necessário buscar identificar fatores alimentares que possam estar causando reações alérgicas.
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